As cidades podem agradar dos mais diferentes modos. Umas nos agradam pelo clima, outras pela paisagem urbana, outras pelas comidas ou ainda pela música, pelo povo e assim por diante, sempre surpreendendo alguns de nossos sentidos. Rio Branco, por sua vez, agrada a todos (e na maioria das vezes simultaneamente) e, mesmo quando não agrada, oferece aos nossos sentidos sensações que são, no mínimo, marcantes.
Basta andar pela cidade para ouvir o ronco poderoso e ameaçador dos carros, o cantar tranqüilo dos pássaros nas árvores de suas inúmeras praças, a Babel de comerciários e ambulantes apregoando sua mercadoria (a maioria, quinquilharias trazidas da Bolívia) a plenos pulmões – “Olha o DVD!” “Três par de meia por 5 real!” “Vamos chegar, cliente, que tá barato!” – tudo isto misturado a risos, gritos, caixas acústicas, artistas locais vendendo seus CDs e DVDs. E dá-lhe o povo cantando, e os pastores orando, e peruanos tocando flautas andinas, tudo isso junto, formando um quadro que é a cara de seu povo.
Rio Branco possui o clima é ameno em comparação com outras cidades da região Norte e que, mesmo nos dias mais tórridos, oferece uma brisa para espantar um pouco do calor e, não muito raramente, vem uma chuva rápida para refrescar. Nesses dias, não tem nada melhor do que parar embaixo de uma das muitas árvores existentes em suas praças – ingazeiro, jambeiro, cajazeiras, mangueiras – e desfrutar de sua sombra ou então sentar em um dos bares do mercado velho, quando a garganta estiver seca de tanto calor e tomar um chopp geladinho...
E os cheiros? Ah... esses são vários! Tem o cheiro de pão recém saído do forno das padarias, o cheiro de grama recém cortada do Canal da Maternidade, o do cajá maduro na Praça dos Tocos, da mata, com seu frescor, no parque Chico Mendes e no Horto Florestal, do Rio Acre, na Gameleira ou no Mercado Velho, dos carrinhos de banana frita na entrada do Terminal Urbano, das banquinhas de espetinho de gato e de pastel da Gameleira, do cheiro abafado do camelódromo, do... Epa! Que cheiro é este? É o cheiro do tacacá, da rabada no tucupi, que se espalha e que faz surgir uma fome repentina, fome de comer a comida pelo que ela é, pelo que ela, sedutora, insinua através de seu aroma...
Falando em fome, Rio Branco guarda deliciosos e inimagináveis pecados gastronômicos. Tem o tacacá que, sedutor, se insinua com seu cheiro para aqueles que passeiam pelas praças e ruas da cidade; os charutos de carne e de camarão, convidando você a participar de um ménage a tròis gastronômico; a bananinha frita que, ordinária e sem a menor cerimônia ou pudor, faz ponto no terminal urbano; as recatadas e delicadas comidas japonesa e chinesa; o encorpado e rústico, porém doce, milk shake de açaí do Terminal Urbano; o cremoso e inebriante picolé de Skoll (não é propaganda não, é o nome mesmo do picolé); a severa e tradicional cozinha árabe, todos aí, prontos para satisfazer as mais variadas fantasias gastronômicas, prontos para te levar às experiências palativas extremamente dionísicas.
Rio Branco, tanto de dia, quanto à noite, é um verdadeiro deleite aos olhos: ruas e avenidas bem cuidadas; A praça da revolução, com suas fontes, monumentos, iluminação e projeto paisagístico; a praça dos tocos com suas árvores frondosas, suas escadarias e com seus diversos níveis; o Museu dos Autonomistas com suas paredes envidraçadas; o Palácio Rio Branco, com sua arquitetura neoclássica e seu luxo e requinte interior; o Parque da Maternidade, com seus gramados, flores, árvores, praças, restaurantes e parques infantis; a passarela e a ponte metálica com a beleza de suas luzes. A biblioteca Pública e a Biblioteca da Floresta, com seu design, conforto e ambiente aconchegante, são algumas das coisas que deleitam os olhos de quem conhece Rio Branco.
Enfim, muito mais que uma cidade, Rio branco é uma experiência para todos os sentidos. É uma cidade para ser cheirada, sentida, ouvida, vista e degustada. E você, quer experimentar?